sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dica do Montanha: Ten Years After

Nessa quinta tô me tocando pra Caxias do Sul. Começa hoje a terceira edição do Moinho da Estação Blues Festival 2009 . Três dias de muita blusera e rock’n roll. Uma catega plena! A quem interessar possa, confiram aqui a programação. Porque além de eu estar num clima pra lá de bluseado, tô num clima de sexta-feira antecipada ! "Ahhhh, coisa bem boa !", como já diria o meu amigo, arquiteto, colega, chefe e baterista colega de banda, Márcio "Horny" Lopes. Ainda bem que ele fica aqui de plantão enquanto vou vagabundear... hã, quero dizer, vou fazer a cobertura do evento. Bom, dado o toque, vamos ao que interessa. Vamos à banda de hoje: Ten Years After. Óbvio que não ousaria falar sobre nenhuma banda que não estivesse relacionada ao blues. E que representante de peso eles são do estilo. Formada em 1967 na cidade britânica de Nottinghamshire, por Leo Lyons (baixo), Ric Lee(bateria), Chick Churchill (teclados) e Alvin Lee (guitarra), o grande protagonista da banda, apesar de os demais também serem músicos excelentes. Prova disso era a sua versatilidade. Além do blues, eles transitavam com muita facilidade entre o rock, jazz e até progressivo. O álbum de estréia é o homônimo "Ten Years After" de 1967. Teve pouca repercussão, mas a partir do segundo, "Undead", a carreira do grupo deu uma deslanchada. Foi nesse disco que vingou o seu primeiro hit, "I'm Going Home" cujo registro de nove minutos da apresentação em Woodstock é considerada histórica. Foi pras cabeça nas paradas americanas e inglesas. Cada vez mais o grupo ganhava reconhecimento sobretudo pela performance de Alvin Lee no palco que simplesmente debulhava o instrumento com seus solos descomunais. Afinal, isso é o que há de mais valioso no blues: o velho e bom sentimento de encarnação endiabrada em cada improviso. Logo após, ainda em 1969, lançaram dois álbuns, "Stonedhenge" e "Ssssh", que chegou ao Top 20 nos Estados Unidos. Em 1970 lançam o "Cricklewood Green" onde o hit "Love Like a Man", ver link abaixo, foi um hit por toda a Inglaterra. Encaixaram uma seqüência de turnês de forma intensa, onde, só nos Estados Unidos, chegaram a ser mais de vinte em oito anos, além de terem tocado bastante também na Ásia e Europa. Em 1971 lançam o seu sétimo álbum: "A Space in Time". Considero o melhor deles, apesar de não ser o mais bluseiro. É um pouco mais leve que os antecessores, onde o uso de violões acústicos ganham mais destaque sobre as guitarras eletrificadas. Deve ter sido influência do rock folk do Led Zeppelin que era a sensação naquela época. Nele destaco a balada "I'd Love to Change the World". Simplesmente o maior hit dos caras, apesar de raramente eles a terem ao vivo. Além de "Here They Come" e "Let the Sky Fall" que também disponibilizei abaixo. Lá pelo segundo semestre de 1973 resolveram dar uma descansada das turnês. Então cada integrante teve tempo para se dedicar as suas carreiras paralelas. Se reuniram para gravar "Positive vibrations" em 1974. Pena que não chamaram o Bob Marley pra participar desse álbum, talvez por isso devem ter baixado o ritmo e logo em seguida anunciaram o fim da banda em 1975. Cada um seguiu com outros projetos, Alvin Lee lançou sua carreira solo. Que também vale muito a pena dar uma pesquisada, mas esse já é outro capítulo... Voltaram a se reunir em 1988 para algumas apresentações e pára gravar um disco, "About Time", de 1989 e recentemente lançaram o "Roadworks" de 2005. Positive Vibluesation a todos. Até semana que vem. Fui !

I’m Going Home
Primeiro hit dos caras aqui executado ao vivo em Woodstock.
O riff da guita na intro é simplesmente matador.

Good Morning Little Schoolgirl
Vídeo gravado no Fillmore West e East, cujo responsável, Bill Graham, promovia as revelações do rock na década de 60 e 70.
Esse som me lembra um pouco de Deep Purple. A faceta mais roqueira deles.

I’d Love to Change the World
Baita balada !
Afinal, banda sem nenhuma balada é banda sem alma alguma.
Folkizão despachado bom pra caralho !
Praticamente um mantra.
Um dos sons que mais curto deles.
O riff da guita limpa com aquele timbre de fender é muito encaixado.
E tem um som de cítara que dita todo o climão oriental da música.

Ótimo título.
Quem não gosta de uma assim ?


Fonte: Luciano Funari "Montanha"

Um comentário:

Lobo disse...

"I’m Going Home - Primeiro hit dos caras aqui executado ao vivo em Woodstock. O riff da guita na intro é simplesmente matador."

E foi com esse riff que fiquei fã dos caras...