sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Evel Knievel #1

Era 31 de dezembro de 1967. Em Las Vegas, o hotel Caesar’s Palace tinha programado uma atração especial para a virada de ano. Um motociclista chamado Evel Knievel iria tentar saltar sobre as fontes da entrada do hotel. Eram 46 metros, quase o comprimento de uma piscina olímpica. Na hora marcada, o motoqueiro acelerou a sua Harley-Davidson. Disparou na rampa, deu um salto espetacular. Mas só acordou em fevereiro de 1968, o resultado do salto foi um crânio rachado, múltiplas fraturas nos quadris e nas costelas e fama instantânea. A paixão pelo risco já marcava Robert Craig Knievel (seu nome verdadeiro) desde a adolescência, no estado americano de Montana. Sua primeira moto ele roubou aos 13 anos. Garoto-problema, furtava lojas de conveniência, arrombava cofres e trapaceava no carteado. Só sossegou em 1964, quando virou sócio numa loja de motos. Para atrair a clientela, dava shows sobre duas rodas. Daí pra Las Vegas foi um pulo, com o perdão do trocadilho. Depois do episódio do Caesar’s Palace, Evel dedicou-se a se superar. Conseguiu. Em 1972, saltou sobre 52carros no Los Angeles Coliseum. Em 1973, pulou sobre 13 ônibus de dois andares no estádio Wembley, em Londres. Em 1974, a bordo de uma motoca turbinada com foguetes, tentou saltar sobre o cânion Snake River. Seu pára-quedas abriu antes da hora, mas, mesmo assim, embolsou US$ 6 milhões pagos pelos patrocinadores do show. Era o auge da sua carreira. Virou tema de dois filmes e vendia mais bonecos que o GI Joe (o nosso Falcon). Mas, em 1977, sua vida pessoal começou a desmoronar. Espancou o seu agente, foi multado por propor programa a uma policial disfarçada de prostituta e se afundou na bebedeira. Sofria do fígado, de diabetes e problemas pulmonares. Faleceu em 30 de novembro de 2007, com 69 anos e, ao que parece, nenhum arrependimento. Em entrevista ao New York Times, chegou à sua melhor definição: “Eu sou um homem de negócios. Mas também um explorador.”

Para saber mais sobre Evel Knievel clique em:
http://www.evelknievel.com


Texto: Álvaro Oppermann

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